Não
haverá mais espaço para o ambiente educacional que zelar pelo antigo esquema de
sala de aula.
Maurico Fernando Martinatti Rodrigues - Professor de Filosofia
Depois que o chamado período das
luzes trouxe ao ser humano as bases racionais para responder aos seus
problemas, jamais deixamos de utilizar este artifício para aprimorar nossas
habilidades. Cada vez mais a razão humana, aliada ao sistema econômico
capitalista, vem deslumbrando novos horizontes. O avanço tecnológico não
considera somente modificações luxuosas para o individuo, mas transforma
radicalmente a sua vida; ao ponto de que aquilo vivido hoje já não baste mais
amanhã e será ultrapassado posteriormente. Sem dúvida esta significativa
metamorfose do “modo de viver” das pessoas, atinge em cheio a maneira como são
transmitidos os conhecimentos adquiridos ao longo dos séculos, ou seja, a
educação. E, todo esse processo dito educativo, não passa de uma forma de
aprender com o antigo para poder fazer mais rápido, com mais eficiência e
qualidade em um futuro que, por promessa , será melhor. Por isso que a educação
a distância torna-se o arrimo, não futuro, mas presente dos novos sistemas
pedagógicos.
É
preciso considerar que a promessa, feita pelos filósofos iluministas, foi de
poder libertar o ser humano daquelas crendices que até então tinham povoado as
suas mentes e sido a base sólida do conhecimento. Este período, conhecido historicamente
por racionalismo, provocou uma verdadeira quebra de paradigma ao colocar no
eixo cognitivo humano o seu potencial racional, isto é, a busca pela exatidão
nas respostas e pelo argumento mais válido matematicamente. Este passo
histórico foi o que deu alicerce para o surgimento das novas e modernas
ciências, trazendo consigo uma reza de que tudo seria melhor, mais rápido e
fácil. O movimento científico moderno possibilitou a criação de novas técnicas,
ou seja, novas metodologias para se resolver problemas. Aquilo que antes era
feito com a mão agora podemos fazer com o garfo, a faca ou a colher. Antes
precisaria de um pedaço de pedra para escrever a história, agora temos o
carvão, que vira lápis e hoje, já estamos discutindo se é necessário escrever
ou simplesmente podemos digitar.
Todo
esse alvoroço, criado pela tal quebra de paradigma, foi amplamente apoiada pelo
novo e moderno sistema econômico. Saindo da economia feudal, os pequenos burgos
já praticavam o capitalismo, ou seja, a colocação de preço nas coisas que são
produzidas. O capitalismo moderno fortaleceu as mudanças científicas, pois
essas tornavam as coisas mais agradáveis e caras, portanto era sempre
necessário aprimorar os produtos e torná-los mais luxuosos e “modernos”. Enfim,
a vida ficou mais fácil, mais rápida e tecnológica. Houve uma mudança no modo
de vida e, com certeza, o ser humano não aceita mais propostas que estejam fora
do perfil acima citado.
Sabendo
que o processo educacional acontece em dois momentos distintos, sendo o ensino
e a aprendizagem, estes devem estar totalmente vinculados com esse novo perfil
tecnológico humano para atingir o seu objetivo. Não haverá mais espaço para o
ambiente educacional que zelar pelo antigo esquema de sala de aula com lousa e
um professor que simplesmente implanta um conteúdo ou repete informações aos
alunos. Como tudo que acontece neste mundo racional e tecnológico, a educação
tem que ser rápida dinâmica e, principalmente, tecnológica. O uso da internet e
dos novos aparelhos de comunicação social são imprescindíveis no fazer
educacional, sem eles a educação acaba ficando sem graça e perdendo sua função
atualizadora.
Sendo
assim, quando os novos teóricos da pedagogia se reunirem já não devem mais
debater os valores e potenciais da educação a distância, mas sim como
aproveitar deste novo instrumento pedagógico e preparar as novas metodologias
para essa nova era da educação.
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