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8 de setembro de 2010

Resenha Descritiva

Livro: Ao Professor, com o meu carinho (Rubem Alves)
Por: Silvia Regina Valentim Zorzin

Nessa Obra, Rubem Alves em 8 episódios nos mostra sua preocupação em libertar o indivíduo das amarras educacionais tradicionalistas. Ele inicia falando sobre a leitura e segue fazendo analogias sobre transar e ensinar, alerta sobre o perigo dos vestibulares, cita a importância da cabeça "vazia", fala da magia dos poemas; usa a culinária como exemplo para melhorar o ensino. Finalmente fala de como o pensar por si próprio é a essência do saber.

 Epsódios: 1 - O autor ressalta o perigo da leitura obrigatória, pois nessa prática educativa há uma destruição do pensamento individual e comenta que ficaria feliz se as escolas ensinassem uma única coisa: o prazer de ler.

2 - Cita Nietzsche: "para se aprender a pensar é preciso aprender a dançar", e conclui que os pensamentos são as idéias dançando e que a analogia é um passo da dança do pensamento. Diz que a analogia não dá o conhecimento preciso sobre o desconhecido, mas o torna familiar.

3 - Rubem Alves acredita que para ensinar é preciso saber fazer amor e fazer amor é como conhecer; conhecer é como fazer amor. O uso da analogia indica exuberância, excesso, transbordamento; então o ato de educar se revela no ato de fazer amor, pois quem aprende dos amantes fica um melhor educador e os alunos conhecerão, conceberão e parirão.
Compara o útero com a mente: um lugar de criação, onde o novo é gerado; nela o pensamento procria, gerando os poemas, as invenções, obras de arte, as teorias científicas.

4 - Aqui, propõe que o vestibular seja substituído por um sorteio para os que concluírem o ensino médio, mesmo achando que a proposta tem defeitos e injustiças. No sorteio a injustiça é infinatamente menor que no vestibular.
Diz que em seu corpo mora um palhaço, pensa que deve ser ouvido e levado em consideração, pois encara o vestibular como uma das maiores pragas da educação brasileira e cita novamente Nietzsche: "Rindo dizer as coisas sérias".

5 - O autor não concorda com o ditado "cabeça vazia é oficina do diabo", pois diz que quando a cabeça fica vazia se transforma em criança e se põe a brincar com as palavras. Afirma: "Cabeça vazia é um quarto de brinquedos". Haverá coisa mais divertida que bagunçar o mundo arrumado em que vivemos? Basta prestar atenção nas coisas insólitas que as palavras escondem sobre suas saias.

6 - Poemas, na opinião de Rubem Alves, não são para ser interpretados e nem entendidos, quem entende não entendeu. Poemas são como velhas árvores cuja sombra nos assentamos sem entender. São palavras mágicas que chamam a vida que mora em nós.

7 - Sugere o aoutor que, alunos e professores, para entrarem para uma escola deveriam passar por uma cozinha, pois a tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar a faca e o queijo ao aluno deve provocar a fome. Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva e a "fome" põe em funcionamento o aparelho pensador. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome.

8 - Sobre o pensamento, o autor diz que é como uma águia que só alça voo nos espaços vazios do desconhecido. "Pensar é voar sobre o que não se sabe e as escolas deveriam existir para ensinar as perguntas e não para ensinar as respostas".
As respostas nos permitem andar sobre terra firme, mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar do desconhecido.


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